segunda-feira, 17 de agosto de 2009

COM CIÊNCIA DE COMADRES.

http://www.youtube.com/watch?v=dnprMQPfZ20
O texto que segue foi feito pelas comadres Anaíra Mahin e Luciana Rabêlo em 2008:


Minha cumade como vai
Que bom é vê-la outra vez
Me conte das novidades
De tudo que você fez.

Cumade estou preocupada
Com a terra com a natureza
O povo está todo doido
Estão perdidos com certeza
E as matas vão se acabando
E as águas escasseando
Chegamos nas profundezas.

Cumade que fossa é essa?
Vamos se animar agora
Eu sei que o planeta chora
Por conta dessas trepeça
Que é necessário ter pressa
Pra clarear o caminho
Que ta muito cheio de espinho
Feito um cristo bem sofrido
Mas nem tudo está perdido
Olhe lá seu menininho.

É mesmo minha cumade
Ele me traz esperança
Mas, me diga, essas criança
Viverão com qualidade?
Como ter felicidade
Com tamanha violência?
estamos longe da essência
De nossos reais valores
E aí nos restam dores
Pra viver essa existência.

O mundo se esquenta, parece que cora
Mais vacas em pastos pro abatimento
No meio da mata dois mil ferimentos
Navalhas constantes na fauna e na flora
A terra planeta a muito que chora
De raiva de ver o câncer brotar
A célula gente a degenerar
Devora tal praga seu eco (in)finito
E aí da vontade de dar é um grito
Aos deuses da terra, do céu, e do mar!

Cumade, vixe Maria
Eu chega me arrepiei
Isso é sonho de uma vida
Vida que eu sempre sonhei!

É mas uma vida assim
Carece muita mudança
Não podemos mais deixar
Que o mercado marque a dança
Pois o neoliberalismo
Cada dia mais avança.

Uma outra economia
Com mais solidariedade
É disso que precisamos
Na nossa sociedade
Humanos mais conscientes
Pessoas bem mais decentes
E longe a desigualdade.

É tamanha a minha empolgação
Em falar desse assunto minha amiga
Não agüento no mundo tanta briga
Tanta falta de amor e compaixão
Eu proponho que a gente una as mãos
Para, juntas, plantar mais poesia
Equilíbrio, saúde... Até que um dia
A maldade pipoque numa fogueira
E o fogo ao subir numa clareira
Traga luzes provoque uma alquimia.

Transmutados os seres vão luzir
Lumiar um ao outro em comunhão
Enxergar no caminho uma missão
Entregar-se ao divino e seguir
E sabendo direito a onde ir
Soltaremos as tranças na ventura
Água, azul, verde, vento, flor, ternura
Aprendendo o poder de nossos passos
Ampliando o presente em gestos gratos
Desse eu: criador e criatura.

...

Voltando a realidade
Cumade, estou indo embora
Eu sei, o planeta chora
Mais eu vou pra faculdade

Então ta minha cumade
Até o ano que vem
Que sirvam de alguma coisa
Esses versos do além
Nossas preces sejam ouvidas
Muito bem compreendidas
Até logo, paz, amém!