quinta-feira, 17 de setembro de 2009

alemanha nativa.


Estava comendo Sauerkraut sentado em um banquinho miúdo de uma cozinha estreita. Era cedo da manhã e a comida era do dia anterior, o gosto tava apurado... Era um bom alimento naquele dia frio, mas ele não sei se parecia gostar muito. Seu pensamento era leve e ele sabia que apesar de ter nascido ali, estava de passagem. Pela janela, vez ou outra, invadia a casa a zuada e a fuligem de um maria fumaça estranha. Talvez, pelo ofício dele, ele simpatizasse tanto com aquela cobra de ferro comprida. Logo ele entrava na barriga dela e ia longe, bem longe, e lá de bem longe, era a vez de pegar um barco grande e no formato de uma baleia cachalote. Na estante da sala, atras de um sofá velho, olhando o movimento de um quadro que funcionava como tv preto e branca, tinha um livro grosso que ele gostava ler, era cheio de gravuras, havia ganho de um senhor simpático que vivia na biblioteca da metalúgica. Era um livro sobre pássaros, e ele gostava de pássaros, e de pessoas que se enfeitavam com penas de pássaros, pássaros expressivos, que não existiam naquelas bandas geladas. Ele lia e relia aquelas aves... E elas compunham parte da matéria onírica dos descansos daquele rapaz. Ele sabia que um dia encontraria aquele tucano.