![]() |
(Nanquim e aquarela em papel madeira) Por Anaíra Mahin, em São Paulo 24/12/2013 |
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
terça-feira, 4 de novembro de 2014
o nascimento da lua
Todo parto é grande corte
Da luz com o escuro oposto
Revela os traços do rosto
Da cria que trás o norte
Cada ser tem sua sorte
Na sina que se insinua
A escuridão recua
Com brilho que vem chegando
‘Como um vaga-lume olhando
O nascimento da lua”
Eu conheço uma menina
Que se chama Esmeralda
Ela ainda usa fralda
E saia de bailarina
É jóia e ouro de mina
Na verdade ela atua
Tem alegria e se amua
E só melhora mamando
“Como um vaga-lume olhando
O nascimento da lua”
Na barriga foi gestada
Entre as entranhas ficou
Aninhada no calor
A ave desemplumada
Agora já dá risada
E nosso amor se acentua
Gosta de andar na rua
Na hora do sol se pondo
“Como um vaga-lume olhando
O nascimento da lua”
Em meu ventre aconteceu
Esperança e infinita
Presente que se agita
Pequena que já cresceu
Mas inda não esqueceu
A antiga morada sua
Vez ou outra sonha nua
Dentro do bucho nadando
“Como um vaga-lume olhando
O nascimento da lua”
domingo, 12 de outubro de 2014
mama mama
Geme e goza quando me mama.
Esborra a boca,
revira os olhos,
sorri pros anjos.
Cai no remanso na maré do breu,
reclama os ventos e se inflama...
Peida e arrota quando relaxa
Se encaixa no sonho e volta à dormir...
Grita e chora quando me chama
- mama de novo e volta a sorrir.
Esborra a boca,
revira os olhos,
sorri pros anjos.
Cai no remanso na maré do breu,
reclama os ventos e se inflama...
Peida e arrota quando relaxa
Se encaixa no sonho e volta à dormir...
Grita e chora quando me chama
- mama de novo e volta a sorrir.
terça-feira, 19 de agosto de 2014
parto
PARTO
(Anaíra Mahin)
já uma pessoa
acolho, nos acolho
sou já tua mãe
sem saber o que é sê-la
e não sou
segue em nós a real proposta de tentar
uma a outra, experimento, amor
segue conosco essa possibilidade de conhecer
de saber
é já e sempre, forma e fio
trazendo o tanto que temos
e a soma nos faz
os nossos olhos são dentro, o nosso encontro
prisma
e quando o parto nos dividir
é que sentiremos mais
o que nos une
acolho, nos acolho
sou já tua mãe
sem saber o que é sê-la
e não sou
segue em nós a real proposta de tentar
uma a outra, experimento, amor
segue conosco essa possibilidade de conhecer
de saber
é já e sempre, forma e fio
trazendo o tanto que temos
e a soma nos faz
os nossos olhos são dentro, o nosso encontro
prisma
e quando o parto nos dividir
é que sentiremos mais
o que nos une
iara
sereiazinha
no supremo líquido
pesando à sair das águas
à morar nas terras
à seguir estradas
sereiazinha
de lugar verdinho
no meu encontrar
de canto e luar
fica um pouquinho
vai sair já já
e mamãe bobinha
nem aproveitou
peixinha peixinho
veio e se molhou
seio se inundou
olho marejou
barco boia bola
mala de maré
me plantou menina
pra nascer mulher
no supremo líquido
pesando à sair das águas
à morar nas terras
à seguir estradas
sereiazinha
de lugar verdinho
no meu encontrar
de canto e luar
fica um pouquinho
vai sair já já
e mamãe bobinha
nem aproveitou
peixinha peixinho
veio e se molhou
seio se inundou
olho marejou
barco boia bola
mala de maré
me plantou menina
pra nascer mulher
esmeralda
sino anuncia tua chegada
dourada
terra melhor, tua morada
esmeralda
verde que vem, verdade esperada
flor de lindeza na luz da estrada
viva, florida, visita almejada
dourada
terra melhor, tua morada
esmeralda
verde que vem, verdade esperada
flor de lindeza na luz da estrada
viva, florida, visita almejada
sábado, 16 de agosto de 2014
<>
"olá, sinhá. Escreve uma poesia linda pra mim!
Mas tem que ser uma poesia de amor,
sem essas coisas de medo, pânico ou hesitação.
Pq eu renasci e sou um poeta menino,
novinho feito o carneirinho de São João."
Poeta menino,
já que eh menino,
e todo menino sabe,
que em matéria de amor,
e todo menino sabe,
que amor só o próprio.
Poeta menino,
e já que eh menino,
sabe que só,
e se sabe
de não saber,
que se sente,
e sente soh,
e dispensa o que excede o simples prazer.
E tudo para,
e tudo move,
quando brinca e eh leve.
E quando guarda sempre explode..
Feito balão, feito pipoca, feito minhoca.
2013
Mas tem que ser uma poesia de amor,
sem essas coisas de medo, pânico ou hesitação.
Pq eu renasci e sou um poeta menino,
novinho feito o carneirinho de São João."
Poeta menino,
já que eh menino,
e todo menino sabe,
que em matéria de amor,
e todo menino sabe,
que amor só o próprio.
Poeta menino,
e já que eh menino,
sabe que só,
e se sabe
de não saber,
que se sente,
e sente soh,
e dispensa o que excede o simples prazer.
E tudo para,
e tudo move,
quando brinca e eh leve.
E quando guarda sempre explode..
Feito balão, feito pipoca, feito minhoca.
2013
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
aqui
jaz as velhas formas
reforma
ri da velha casca
descasca
chora nova flora
renasce
forma de pedreiro
zum de mariposa
flor de cólon
reforma
ri da velha casca
descasca
chora nova flora
renasce
forma de pedreiro
zum de mariposa
flor de cólon
trovas ligeiras
minha poesia vinga
topa na tua e se faz
de morenice coringa
de tempo que se refaz
a minha prosa morena
é prosa que vem da terra
bate firme, estronda o chão
é verso também de água
que sente, escorre e derrapa
lama de meditação
minha prosa é suspensa
no universo lançada
de mistério imbuída
de lua eclipsada
A ti, reverso dragão,
aguarda nudez que veste
não tenho língua nem força
a mudança me reveste
me guarde com todo zêlo
que lambido tenho o sêlo,
e de ser já não sou mais...
jarra dágua misturada
salga de lua mudada
ribeira, beirando cais
cigarra nua, sem capa
Porta, flor de aldebarã
torre dupla que te escapa
de transcendente Tehran
tu, meu pássaro cupido,
corrente de rio comprido,
me afaga, gemido, sopro
de cada ovo uma cria
Presente que alumia
na amplidão lá do topo
és príncipe vespertino
timo tino de estrela
tudo tens, sabes quem és
tua verdade revela
sendo ovo, ave , lua
lupino uivante, vento
és um devoto da rua
entendes cada elemento
cigano real, proscrito
lá do povo do Egito
companheiro de Antão
eu igual sou do deserto
e sinto teu vento perto
me desvelando refrão
sete véus, sete couraças
toque sutil, e da graça
de deus, vais me entornando
Se oro é porque sinto
uma semente absinto
rompendo a casca, brotando
Eu sou cigana segura
no peito uma pedra dura
e armadura de cobre
tu és homem de vitória
que gosta de muita estória
Pois a minha é muito nobre
tenho alma no cinismo
e de vez em quando cismo
me escondendo no solo
me casulo, me abismo
procurando o misticismo
na terra buscando colo
é rico encontrar parceiro
que eu segure o cabelo
e que galope comigo
que não me troque em camelo
que traga na testa o selo
de companheiro, de amigo
Deus queira que Sara Kali
nos indique bom caminho
pois já sigo iniciada,
embriagada do vinho.
topa na tua e se faz
de morenice coringa
de tempo que se refaz
a minha prosa morena
é prosa que vem da terra
bate firme, estronda o chão
é verso também de água
que sente, escorre e derrapa
lama de meditação
minha prosa é suspensa
no universo lançada
de mistério imbuída
de lua eclipsada
A ti, reverso dragão,
aguarda nudez que veste
não tenho língua nem força
a mudança me reveste
me guarde com todo zêlo
que lambido tenho o sêlo,
e de ser já não sou mais...
jarra dágua misturada
salga de lua mudada
ribeira, beirando cais
cigarra nua, sem capa
Porta, flor de aldebarã
torre dupla que te escapa
de transcendente Tehran
tu, meu pássaro cupido,
corrente de rio comprido,
me afaga, gemido, sopro
de cada ovo uma cria
Presente que alumia
na amplidão lá do topo
és príncipe vespertino
timo tino de estrela
tudo tens, sabes quem és
tua verdade revela
sendo ovo, ave , lua
lupino uivante, vento
és um devoto da rua
entendes cada elemento
cigano real, proscrito
lá do povo do Egito
companheiro de Antão
eu igual sou do deserto
e sinto teu vento perto
me desvelando refrão
sete véus, sete couraças
toque sutil, e da graça
de deus, vais me entornando
Se oro é porque sinto
uma semente absinto
rompendo a casca, brotando
Eu sou cigana segura
no peito uma pedra dura
e armadura de cobre
tu és homem de vitória
que gosta de muita estória
Pois a minha é muito nobre
tenho alma no cinismo
e de vez em quando cismo
me escondendo no solo
me casulo, me abismo
procurando o misticismo
na terra buscando colo
é rico encontrar parceiro
que eu segure o cabelo
e que galope comigo
que não me troque em camelo
que traga na testa o selo
de companheiro, de amigo
Deus queira que Sara Kali
nos indique bom caminho
pois já sigo iniciada,
embriagada do vinho.
de mim
bolinha bolinda
molinha molinha
dançadeira
capoireira
na minha malinha
barriga balinha
embrulhada
embrulhadinha
em toalha de carninha
carmim
minha flor roxinha
minha floridinha
minha ciganinha
de mim
molinha molinha
dançadeira
capoireira
na minha malinha
barriga balinha
embrulhada
embrulhadinha
em toalha de carninha
carmim
minha flor roxinha
minha floridinha
minha ciganinha
de mim
sexta-feira, 25 de julho de 2014
cesária
necessária cera
será necessária
será que ária
cera de abelha
cera de ouvido
boneca de cera
de vela
vela de barco
vela de queimar
vela, vê-la, amar
cera de cuidar
qualquer cera
ceia que será
seio
será necessária
será que ária
cera de abelha
cera de ouvido
boneca de cera
de vela
vela de barco
vela de queimar
vela, vê-la, amar
cera de cuidar
qualquer cera
ceia que será
seio
Assinar:
Postagens (Atom)