quinta-feira, 15 de outubro de 2009

da conservação


esses dias tive fazendo parte de um curso lá no estágio no museu, "acondicionamento, conservação e restauro de acervo etnográfico". a professora restauradora chamava Mônica e era de Goiás, parecia um pouco comigo, quando chegou por lá meio me assustei, parecia com Maria de Madeiros, aquela atriz lusitana que atuou, junto com Uma Thurman, num filme sobre Anais Nin, aquela escritora febril. muitas coisas loucas nesse curso, aprendemos que tem uma caneta que é de "qualidade arquivística", e um monte de material louco que se usa, uma tal de uma "espuma de polietileno espandido" é um deles, que por ser inerte é ideal para guardar coisas, já o PVC não é recomendável, libera uns ácidos loucos. foi dito lá que não se usa mais timol de foma alguma, pois é altamente tóxico, e que tem tipos papel que não são muito legais para salva-guardar certas coisas, que soltam muitos gases, muitos vapores orgânicos. aprendi que papel bom pra quardar foto é o "papel japonês", e que o material etnográfico japonês também é muito delicado e bonito, vimos inclusive, através de uma projeção na parede, um abano bem antigo cheio das firulas, todo delicado, construído nele um dragão escuro num céu azul e madrepérola, com pedaços de pavão misterioso já morrido há tempos. Essas coisas de museu são meio engraçadas... essas guardagens. esses trabalhos de reserva técnica...lá em casa tá cheio de documentos e esses materiais de qualidade arquivistica devem ser carros pra burro. mas não quero me antecipar a sofrer de véspera como um pobre peru de festa... - nunca ouvi falar que tinha cola de coelho, cola animal? nunca tinha sabido disso, cola de peixe, cola de boi... tem gente que não deve gostar nada disso. eu não sei se gosto ou não, não pareço ligar muito, acho que os coelhos não devem gostar nada. Um natal desses, eu tinha uns 7 ou 8 anos, minha mãe tinha separado de meu pai, tinha fugido comigo, tavamos em Minas Gerais, lá numa prima dela que tinha um marido bonzinho e velhinho chamado miguel, era natal, já disse... separação des pais, criança, menina... foi um trauma ver aquele leitão assado com maçã na boca... nunca tinha visto tão explicitamente uma comida com cara, pata, orelha, nariz, rabinho... dei um grito apavorado, gasguito... devem ter saído ali outras pauras. acho que falei com meu pai naquela noite mineira... o marido da prima de minha mãe, o senhor Miguel, gostava de ler gibis infantis, e de instante-em- instante tocava um bip de um remédio que ele tinha que tomar. a filha dela já era adulta... tinha no quarda-roupa umas bonecas grandes e louras do passado, tinha até uma Suzi, bem Marta Rocha.

eu tava falando de que mesmo?

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