terça-feira, 23 de julho de 2019

Idade da pedra

Fuça um saco
Lambe um lixo
Come sem asco
Comum bicho
Enquanto ela, a cadela, masca
uma pele de frango
O companheiro observa
Assegurado rango
Ele cheira a pele que sobra
do que ela janta 
Mas não come
Ela retorna e garante
Da noite o derradeiro lanche
Na noite chuvosa
Sem gente na rua
A selva sobrevive no lixo
O bicho domesticado
Que solto vive
Formando matilha
Na ilha da cidade média
Medíocre
Na cidade da pedra
Somos desprezíveis
E essa família de cães
É a coisa mais digna da noite

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