sexta-feira, 27 de novembro de 2020

A natureza da flor

Inquietante pensar
Que o desamor possa haver
Que mal se possa fazer
Que a vida possam roubar
A beleza violar
Mudando o rumo da estrada
Essências violentadas
Perguntamos até quando
Eu vi as plantas velando
Mil flores despetaladas

Sob leis eclesiais
Hipocrisia imperante
Alguns direitos vitais
Tomaram tom dissonante
O proscrito e o errante
Voz que quiseram calada
Sabedoria queimada
Em fogo se transformando
E a natureza velando
Mil flores despetaladas 

Mil flores despetaladas
Estrada e terra que voa
Espinhadeira corroa
Na Crística caminhada
Porém a nossa pisada
Tem passo forte e pesado
Caminho abençoado
Pela mãe compadecida
Que gera, cuida e dá vida
Ao que outrora foi velado.

A força do feminino
Nos encoraja na fé
A graça de ser mulher
E entoar nosso hino
Um encanto peregrino
Entorna a face cansada
Abranda a dor esgarçada
Do parto pleno se dando
Sereno desabrochando
A roseira agraciada.

O mar chegou aportado
Veio esgarçando a fresta
Serena sua seresta
Sereno o seu estado
Sereias em seu legado
Um rio virando mar
Um uivo soa lunar
Na voz de todos os santos
Mil bruxas saúdam seu canto
em seu retorno para cá

Nenhum comentário: