Mas não tenho provas
Queria poder assumir minha África
Mas não tenho a cor
Queria assumir meu sangue indígena
Mas me roubaram esse direito
Tenho um buraco
cheio de nomes e sobrenomes
Se assumo a mistura corro o risco
De suprimir os privilégios
Se nada assumo fico feia
Em cima do muro
Nunca fui afeita à apatia
Não fosse a doença
A onça magra me caça
Morta pelo ancestral errante
Eu tateio tudo
Muda na avalanche
O século é da estrela
É a estrela é o Sol
A lua muda comigo
Somos apenas ciclos
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