quarta-feira, 29 de junho de 2011

No Egito

No egito quando a chuva vem luzir, uma abóboda se abre para receber. O Saara tremula solando, se ara, ceará. No Egito, quando é tempo, uma palmeira soluça soluções às famílias ciganas; bons caminhos! Sentidos, centauros e direções. Alah resvala música e astros, olhos d'água marejam estradas; semblante considerando o nada. A boca da criação sorve, se salva e mata; corpo copo que re-hidrata, desidratação que vinha rumando, no deserto ondulando, no lombo do bicho, no tombo da pisada, dos joelhos, no tombar... Criança cristo nascida de espírito, de vento santo, embalada a salmo; de lábio seco silêncio encontra, água, anima...

Advindos da Índia, esses indus adivinhos, ferreiros, vacas; são da consagração sinfônica; giradouros meninas, violas gasguitas. Velhas certeiras palmas; quiromancia, leitura de alma. Nas faces, lacta considerada. Lá vem! Menino moreno que canta; parece um bodinho marrom. Menino antigo, sabido e bom. A outra, a menina, gira até achar o fio; persas à portas abertas, de estio.. E a paisagem os abraça e abençoa. Corcova e coroa.

Alva paisagem areal, deserto...

E outro deserto.

Com o tempo a cidade prende o tempo sem sentir; a paisagem muda, medra ouvir. Surda aos cantos, surda aos gritos, às famílias mudas, e circos. Às praças não podem mais; policiais animais da coerção.

As casas abandonadas são fechadas, e nas fachadas frias, proibidas cantorias. Pr’onde esse canto vai? Desterro, desmundo, desnudo pranto.

Tudo um cinza de chumbo e as palmas feito chuva. Nuvem que estrala na cidade do peito, efeito afeito no lugar da dor. Afim de sobreviver, que se faz? se submete e busca, paz dentro. Ser expulso de lugar, avulso o não-lugar. Magoado, é virar touro de tormento. E é o touro da goela que expande essa gente de cavalo, que relincha a crina amarrada e dá coices, treme à raiva e dolor... Sangra dançando o chão que voa. liberdade buscando, cor.

Nenhum comentário: