quarta-feira, 29 de junho de 2011

tartarugas

O sonho das Tartarugas.

hei sonhado com duas tartarugas, as encontrava em um prédio antigo, algum prédio público em reforma; os funcionários limpavam os salões grandes, as teias de aranha e as merdas dos morcego, sob vigas e calhas largas, telhado velho, lembrava a usina que conheço, meu lugar psíquico, o lugar que passei a infância. A tartaruginha se punha molenga quase perto do portão enorme aberto que deixava entrar um sol de manhã, uns molhados de água e sangue no piso rústico de pedra áspera. Era uma filha do esgoto, tinha vindo por ele, pensei que deviam haver mais delas por ali e outra maiorzinha apareceu. Perguntei aos guardas onde por ali havia um lagoque eu as pudesse devolver, e sob a manhã levei as quelônias cada qual em um braço com ternura e energia de cura nas mãos. Encontramos em uma praça, um pequeno espaço com água, uma água escura, meio acobreada e com verde lôdo de outras filhas do esgoto. Imaginei que porali tinha algum ralo que as permitia o trãnsito às encanações; fiquei com pena de abandonar as bichinhas naquela falta de estrutura e de cuidado de um lago da vida ubana. A tartaruga maior nem ligou, uniu-se logo às demais impondo espaço no espremido que era aquele lugar, pouca água e turva, meio enferrujada. A tartaruga menor estava fraca e eu temia por sua morte, me sentia sua mãe neste momento; a segurava com carinho, a pus perto de umas plantinhas poucas de folhas esteitas e serradas, ela abriu e fechou os olhos se animando a comer, fiquei feliz e me fiz de garçonette a por na boquinha dela as folhinas que ia tirando dos galhos. Quase ela se engasga no alvoroço, temi, puxei da boca o pedacinho, ela comia e ai ficando vivaz. Em algum momento da imagem a tartaruguinha me lambia a perna.

Julho, 2010.

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