terça-feira, 6 de agosto de 2024
os circos no caminho de meia
domingo, 4 de agosto de 2024
iracema
quarta-feira, 10 de julho de 2024
Circo garcia
terça-feira, 21 de fevereiro de 2023
carro alegoria
sábado, 9 de julho de 2022
quem mandou? vão esconder
Também foi executado
Por mando de poderosos
Milicianos malvados
Os orgãos aparelhados
Não servem pra defender
Metem foice no saber
Destroem tudo que é bom
Mataram Bruno e Dom
Quem mandou? vão esconder...
Um desmonte nas conquistas
Que havíamos logrado
Fez política de Estado
A morte de ativistas
Por baixo das nossas vistas
Exonerou, pôs os seus
Falam em nome de Deus
Mas vão desbancar o cão
É muita ruindade, irmão
Se acham Ptolomeus
Gente que defende a vida
Vem sendo assassinada
É muita vida ceifada
Dando impedimento a lida
Como se fosse indevida
Como se ali não coubesse
E o desmatamento cresce
E o crime vai vencendo
O sangue vai Escorrendo
Quem presta "desaparece"
É método, não descaso
É genocídio que chama
Querem apagar a chama
Querem deixar tudo raso
Falam de encerrar o caso
São "discretos" pra valer
Pra notícia não crescer
Melhor abaixar o tom
Mataram Bruno e Dom
Quem mandou? vão esconder...
Nunca vieram em paz
anunciada essa guerra
"Um milímetro de terra
Pro índio não vai ter mais"
Professou o Satanás
Antes de se eleger
E que se faça saber
Nas luzes de um boi neon
Mataram Bruno e Dom
Quem mandou? vão esconder...
"Em tudo que é ativista
Vou dar um ponto final"
Foi outra meta, afinal
Que aos poucos se conquista
Posso fazer uma lista
Pra gente não esquecer
Tanta gente, é de doer
Foi morta nesta gestão
Mas se "salve a seleção"
Quem mandou? Vão esconder
terça-feira, 8 de junho de 2021
sou um peito
Se nego por vez esse sumo
Meu filho me diz com raiva
"Não queio socê"
E me chuta e esmurra
Quando um peito seca
Ele procura outro
Quando o outro seca
Ele procura o um...
Quando os dois secam
Ele pede: "peito gande,
Queio peito gande".
Como se um peito gigante
Fosse descer numa nave espacial
Ou surgir do âmago
Ou surgir da terra
"Por que tu tá chorando, mãe?"
A mais velha pergunta
"Porque as mães também choram", respondo
E se segue repetida a pergunta
Até que transfira a ela
a questão que me impõe
"Você sempre sabe por que
está chorando, filha?"
"Sei" , ela responde,
"Quando alguém me chateia...
Quando meu pai desliga a tv"...
"E você mãe, por quê?"
...
Faz 6 anos que amamento
Com o intervalo apenas
De um tempo de gestação...
Doamos nossa estrutura
Os sumos de nosso ossos
E somos tão invisíveis
Com invisíveis esforços
...
Sou a vaca e a cachorra
O leite em pó que azeda
E vai pra pia sem pena...
Sou pessoa que amamenta.
Um esforço invisível
Que o geral acha inútil
Mas "A vida não é útil"...
domingo, 14 de fevereiro de 2021
relato doido de parto de Esmeralda
Mainha dizia que quando eu nasci, depois de toda uma saga, comigo no colo, a primeira coisa que fiz foi segurar a orelha dela. Um reflexo, sim, de todo modo estava eu ali, a chamando para a escuta... Quando Esmeralda nasceu, de um parto casariano, me mostraram ela, feito um vulto, rapidamente, na loucura do momento, pensei - porque ela parece com a avó?. Era a avó paterna a avó que minha mente se referia ali. Foram os primeiro traços que observei naquela aparição relance que seguiu com as enfermeiras enquanto eu apagava para ressurgir fora daquela sala de cirurgia. Quando tornei estava Esmeralda sendo banhada mais a frente, a esquerda, não pensei nada naquele momento de mistura. Os barulhos da água trabalhavam junto com a voz da atendente que falava ao telefone é parecia ser de mim, da conduta das pessoas de minha família que estavam na espera... Esmeralda veio ao meu colo. Moças aparentemente residentes vieram, adentraram meu campo energético de modo estranho... senti-me um corpo de massa de modelar em uma mesa de escola primária... Esmeralda estava calma, buscava o peito muito sutilmente... Sentia a conexão acontecendo. Aquele Serginho miúdo era um milagre ali fora. Boquinha fina, seu respirar miúdo... e a agilidade karateca daquele mundo de bracinhos, pernas, dedinhos...
Comecei pela graça do encontro, faltou situar. Era quase setembro de 2014. Morávamos em Olinda, em um beco muito agradável no bairro do Amparo. A casa foi uma indicação repentina que veio na gravidez, que já tínhamos tendo uma ligação pelo fato do acompanhamento no Cais do Parto... Sei que a noite que precedeu o rompimento da bolsa e a nossa saga parturiente foi uma noite festiva, de muitas bênçãos. Na casa de Habib e Valéria acontecia um aniversário coletivo, cheio de gente querida e arte, a barriga foi muitíssimo tocada e bem energizada, e Esmeralda respondia com dança. O retorno para casa e na madrugada o tampão se destampava. Zero contratações. Mensagens para o Cais e uma euforia breve e um não saber de primeira viagem... Amanheceu com muita mulheres chegando. Tesouras sendo fervidas, banho, música, insenso, oráculos... Caminhei com Patty por Olinda. A intensão era que as ladeiras amadurecessem a descida da pequena. Seguia sem contrações. Pensava umas sandices. Dispensava. Já em casa, deitada na cama, arrodeada de Karla, Marla, Patty, Roberta... me emocionei com a chegada de Cecília. Eram muitas duplas, cada uma com sua força ali e no percurso. A já cumade Luciana filmava e legava detalhes... Rildo cantou uma música que fez durante a gravidez. Sitava bruxas, sereias, e ovos no seu chapéu... Roberta que também esperava um bebê me ajudava a viver essa dança, tão complexa da alma, a qual o corpo parecia resistir... Ia ser o primeiro parto de Karla caso tivesse sido ali, foi o primeiro parto que ela encaminhou.
No fim daquela tarde nos preparamos para o segundo plano. Lu comadre nos levou para o CISAN por indicação do Cais. No caminho liguei para Lívia... A corrente foi gigante, muitas bruxas na energia dessa chegança. Tinha uma errância bonita nesse processo. Veio a cunhada Veruska, vieram tio Fernando, Tia Dorinha e o primo Gabriel... Não fomos de cara aceitos no Cisan. Lá tentaram nos mandar para a maternidade Barros Lima em Casa Amarela, mas depois de uma conversa com uma médica antipetista fomos redirecionados a encruzilhada. E depois de um vaievem de plantões, indução de parto, e um quase parir que não pária... fomos pra faça.
Subi querendo tentar, Cecília me acompanhou, Rildo não pode entrar. Lá era um largo corredor cheio de camas e mulheres esperando a hora de parir. Pra parir mesmo tinha uma sala de parto, então, quando alguma situação evoluisse pra um coroar é que seria o caso a entrada do pai no jogo... o desespero era grande, e desse modo uma ausência cabia, no medo, na antecipação, nas crenças limitantes... cansaço era boia. Vai pra bola, fica de cócoras, faz força, sem gritar... fiquei feito uma perua tonta, andando de uma lado para o outro, quando vinha a contração parava onde estivesse, naquele corredor não tão apropriado. Uma enfermeira que talvez chamasse Larissa me ofereceu um banho, foi um dos momentos que me senti sendo acolhida... Larissa me olhava nos olhos, sua força foi um respiro naquele contexto. Luciana rendeu Cecília e foi ela que estava lá quando já tinha um cabelinho aparecendo. "Sua filha vai nascer, não tem nada de errado" ... E nessa estância ela quase nasceu, e nasceu, do jeito dela, do jeito que foi, com as benção de Iasã.
sexta-feira, 27 de novembro de 2020
Casa barriga
Ciclos
A natureza da flor
quarta-feira, 11 de novembro de 2020
O almanaqueiro
quarta-feira, 27 de maio de 2020
avião
segunda-feira, 4 de maio de 2020
nave-carroça
Um anjo torto, um querubim
Pelo dia amarelo
Na luz suspensa de um jardim
Uma rosa em giro
Um passarinho, um cantador
Sábio violeiro
Tocando as dores do amor
Vai o meu carro de vento
Na amplidão, sem ancorar
Um navio flutuante
Reinventando o alto mar
Sem prumo, sem leme
Roda gigante seu timão
Barco flutuante
O almirante o coração
Vai tapete encantado
Na retidão do horizonte
Flerta mil e uma noites
Mais uma história neste instante
Tem uma cidade
Um reino, um sitio, um castelo
Uma fortaleza,
Uma esperança, um paralelo
Vai carroça dissonante
Cavalo baio, pangaré
Um camelo, um elefante
Um bedoíno, andando à pé
Vai carro volante
Feito as folhas no cordel
Verso inconstante
Poesia solta sem papel
Vai a nave bicicleta
Monta na lua e leva alguem
Vem de longe como seta
Traz boa nova e neném
Grave e redonda
Som de uma outra estação
Pousa, aporta, planta
Um pensamento, um avião
Vai a casa num tornado
Tormento, bardo, um baião
Dança pelo céu nublado
Espera tempo, vôo balão
Sonha colorido
Caminho todo é esse aqui
Vai fica comigo
O que revoa não tem fim
Pelo céu afora vai...
domingo, 24 de novembro de 2019
Pensando sobre elxs
quarta-feira, 13 de novembro de 2019
Cantiga pra Esmeralda dormir
terça-feira, 23 de julho de 2019
Idade da pedra
Fuça um saco
Lambe um lixo
Come sem asco
Comum bicho
Enquanto ela, a cadela, masca
uma pele de frango
O companheiro observa
Assegurado rango
Ele cheira a pele que sobra
do que ela janta
Mas não come
Ela retorna e garante
Da noite o derradeiro lanche
Na noite chuvosa
Sem gente na rua
A selva sobrevive no lixo
O bicho domesticado
Que solto vive
Formando matilha
Na ilha da cidade média
Medíocre
Na cidade da pedra
Somos desprezíveis
E essa família de cães
É a coisa mais digna da noite
segunda-feira, 24 de junho de 2019
Fogo
Velho fogo
Me protege e guia
Me limpa
Me transforma
Sábio avô
Xangô
São João
Fogo que liberta o peito
Quentura boa
Aquece o caminho do abraço
Fogo voínho terno
Carinho eterno
Inácio, José, Manoel
Aqueles que nem conheci
Pais dos pais dos pais
Dos avós, dos mais
Aqueles nem datados
Do passado ancestral
Sabedores antigos
Dos umbrais
Que o fogo universal nos conecte e cure
Vossos corações amplos e esquecidos
Sejam aquecidos
E em nós, seus ramos
Sejam amor
Pleno e livre
Corajoso e renascido
Morcego
Naquela noitinha o sino bateu
E o morcego que me abrigava
Levou com ele um pedaço
Me senti perdida
Não dava pra saber bem
O que ele havia levado
O sino badalou bem na hora
Ele sacudiu as asas no vento, na noite,
Entre as folhas dos pés de pau
Uma sombra volante
Levou aquela parte
Poderia dizer que foi a alma que levou
Porque meus olhos ficaram dispersos
Passeando pelos sentidos
Mas ainda uma parte guiava
Meio cega, buscava guia
Agarrando pequenos sinais
Me experimentei na inocência
Quis cada colo
Com medo dos monstros
Receosa do mal
Envolta de Lua
Com o gosto do Caos
Mãe-Pai
Cadê meu envoltório?
Me senti desprotegida
ao mesmo tempo
tinha uma aura de coragem
Naquela loucura
Tinha um coração se buscando
Tinha uma procura ativa
Na raiz do medo
Tinha eu
Feito uma Batgirl
Abraçada pela grande mãe morcego
Ou pelo Diabo
Ouvindo as badaladas
Me acordando à sombra e luz
No útero um estampido
Revolvendo a Xamã
Na morte vida
No fio da Terra
Na Grande Mãe